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Seminário em Caicó/RN debate seca e escassez hídrica no Seridó com autoridades, governo e comunidade

A Diocese de Caicó/RN realizou nesta quarta-feira (30), no Centro Pastoral Dom Wagner, o seminário “Seca 2025 e Escassez Hídrica no Seridó: Desafios, impactos e soluções”. O evento reuniu representantes de órgãos públicos, instituições, autoridades e comunidades para analisar os efeitos da seca que já comprometem a produção agrícola, a subsistência das famílias e reduziram os reservatórios da região a apenas 15% de sua capacidade.

Dom Antônio Ranis, bispo diocesano, abriu o seminário destacando o papel da Igreja como mãe e mestra na defesa da vida e da justiça social. “Queremos ouvir o clamor dos mais pobres e acompanhar a realidade das comunidades do Semiárido, incentivando os órgãos públicos a assumirem seu compromisso com a promoção da vida”, afirmou Dom Antônio, citando o Papa Francisco.

O coordenador da Operação Carro Pipa no RN, Coronel Cordeiro, explicou o funcionamento da ação emergencial no estado: “Estamos atuando em 63 municípios com 214 carros pipa contratados para levar água potável às comunidades que não dispõem de abastecimento regular. A iniciativa começa com a Prefeitura, por meio da Defesa Civil, que solicita o apoio federal.” Ele alertou que, com o agravamento da estiagem, é esperado que mais municípios passem a necessitar desse suporte.

Procópio Lucena, diretor-presidente do Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN), reforçou a gravidade da situação hídrica: “Estamos com apenas 15% da capacidade dos reservatórios da região. O inverno foi extremamente ruim, sem chuvas suficientes para a produção agrícola e animal.” Ele destacou a importância da integração entre governo, prefeituras, sindicatos, igrejas e sociedade para planejar o uso racional da água. “A chegada das águas da transposição do Rio São Francisco é estratégica para garantir o abastecimento e a produção, mas precisamos agir rápido, principalmente para as comunidades rurais.”

O deputado estadual Nelter Queiroz ressaltou a necessidade de ações imediatas e unificadas: “Fizemos um apelo para um mutirão regional, envolvendo governo federal, estadual, prefeituras e sindicatos, para perfuração de poços e soluções rápidas.” Criticou ainda a demora na execução das medidas: “O discurso já não basta, precisa chegar à prática, porque o povo está clamando por isso.”

O prefeito de Caicó, Dr. Tadeu, afirmou que, apesar dos avanços nos projetos de segurança hídrica, a quadra invernosa abaixo do esperado traz grandes desafios, especialmente para a zona rural. “A prefeitura já aumentou a frota de caminhões-pipa e perfurou poços em comunidades distantes. Mas precisamos de mais recursos e ações conjuntas, incluindo crédito rural subsidiado para os produtores.” Ele destacou a importância do seminário para entregar um documento com propostas a quem pode ajudar.

Paulo Varela, secretário estadual da Semarh, alertou que o Rio Grande do Norte vive uma crise hídrica crítica e que é necessário agir com urgência. “Estamos implementando medidas estruturais, recuperação de barragens, fiscalização e otimização da água disponível.” Ele ressaltou que, em agosto, começa a chegada das águas da transposição do São Francisco, reforçando o abastecimento regional. Varela reforçou ainda a importância da gestão integrada e da participação dos usuários para enfrentar a seca de forma sustentável. O seminário seguiu com debates, apresentação de dados do IGARN, SEMARH, CAERN, Cáritas e do 1º BEC, buscando ampliar o diálogo e definir ações conjuntas para minimizar os impactos da seca no Seridó.

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