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Projeto Seridó é apresentado durante 32ª Reunião do Comitê da Bacia Hidrográfica do Piranhas-Açu em Caicó

Carlos Nobre de Oliveira, coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH)

Durante a 32ª Reunião Ordinária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu (CBH PPA), realizada nesta terça-feira (15), em Caicó/RN, foi apresentada em detalhes a atual situação e os avanços do Projeto Seridó. A explanação foi conduzida por Carlos Nobre de Oliveira, coordenador da Assessoria Técnica da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (SEMARH), com complementações do diretor-presidente do Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN), José Procópio de Lucena.

O Projeto Seridó é uma ambiciosa iniciativa de segurança hídrica que visa garantir abastecimento sustentável para 24 municípios da região pelos próximos 50 anos. Com origem em discussões realizadas no âmbito do CBH PPA e fortalecido a partir de 2016, o projeto foi incorporado ao Plano Nacional de Segurança Hídrica, com recursos iniciais viabilizados pela Agência Nacional de Águas (ANA), totalizando R\$ 6,5 milhões para elaboração do projeto básico.

Segundo Carlos Nobre, a proposta contempla um sistema adutor interligado às barragens Armando Ribeiro Gonçalves e Oiticica, com possibilidade de reforço via Projeto de Integração do Rio São Francisco (PISF). A obra, atualmente executada pela Codevasf, já teve parte licitada, com previsão de conclusão no primeiro semestre de 2026. O investimento total está estimado em cerca de R$ 560 milhões.

Durante a apresentação, destacou-se que o Seridó enfrenta hoje uma crítica situação de escassez: os reservatórios acumulam apenas 14% da capacidade, agravada por uma seca que reduziu em 52% as chuvas da média histórica. “Estamos vivendo com a água no pescoço”, alertou Procópio.

Diretor-presidente do Instituto de Gestão das Águas do RN (IGARN), José Procópio de Lucena

O projeto já está em execução no trecho Seridó Norte, beneficiando municípios como Cruzeta, Florânia, São Vicente e Currais Novos. Outros trechos ainda aguardam recursos para licitação. A obra inclui Estações de Tratamento de Água (ETAs), estruturas de captação e adutoras de grande porte, com capacidade inicial de 375 litros por segundo.

Além da infraestrutura, foi destacada a importância da gestão técnica e da manutenção. Procópio enfatizou a necessidade urgente de investimento em pessoal qualificado, concursos públicos e valorização da ciência aplicada à gestão hídrica. “Sem bons projetos e sem gente capacitada, não há como garantir água para o povo”, afirmou. Ao final, ficou evidente que o Projeto Seridó é mais que uma obra física: é o resultado de planejamento regional, cooperação institucional e compromisso com o futuro do semiárido potiguar.

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