Na reunião pública realizada nesta quinta-feira (13) em Sousa/PB, membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu (CBH PPA) participaram ativamente do debate sobre a implementação da cobrança pelo uso da água bruta na região. O encontro foi a terceira e última etapa de discussões, que já haviam sido realizadas em Assu/RN e em outra reunião em São Bento/PB.
Durante a reunião, Michel Ângelo, representante do Distrito de Irrigação do Baixo Açu (DIBA), expressou preocupações do setor produtivo, especialmente os criadores de camarão, sobre como a cobrança será aplicada na captação de água salgada e na devolução de água tratada ao rio. Ele destacou que os produtores já enfrentam desafios financeiros significativos e que os valores propostos para a cobrança poderiam impactar fortemente o setor.
Marcilio Torres, também da DIBA, reforçou a necessidade de um equilíbrio na cobrança, destacando que, no fim das contas, são os usuários que arcam com os custos. Ele mencionou exemplos de cobrança em outros estados e sugeriu mecanismos para tornar os valores mais acessíveis, evitando impactos excessivos sobre os produtores rurais e industriais.
Lucas Tavares, criador de camarão, ressaltou que, apesar do setor reconhecer a importância da cobrança, é essencial avaliar os impactos financeiros para os produtores. Ele questionou se a qualidade da água devolvida ao rio seria levada em consideração na definição dos valores cobrados.
Geni Formiga, representante da CAERN, esclareceu que o funcionamento do comitê depende dos recursos arrecadados e que a estrutura de custos precisa ser bem definida para garantir a viabilidade das ações do CBH PPA. Ela defendeu que todas as sugestões e contrapropostas sejam documentadas para análise técnica.
Fernando Gomes, presidente do Sindicato Rural de Pombal/PB, enfatizou a importância da organização dos produtores para apresentar uma proposta clara e documentada. Ele alertou para o aumento da carga tributária e de custos sobre o setor agropecuário e reforçou a necessidade de um debate bem estruturado para garantir uma cobrança justa.
O debate reforçou a importância da participação ativa dos usuários da bacia na definição dos critérios da cobrança, garantindo que as necessidades e desafios dos diferentes segmentos sejam considerados na decisão final do comitê.
