O reconhecimento e a troca de experiências foram os pontos altos do evento realizado pela Fundação Getúlio Vargas nesta quinta-feira (12), em São Paulo, para premiar o Piloto de Combate à Desertificação no Seridó desenvolvido pelo Governo do Estado como um dos melhores do país. O projeto foi um dos 12 selecionados na chamada final do Bota na Mesa, criado pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade da FGV.
“Foi uma excelente oportunidade para conhecermos outras experiências ao redor do país e reafirmarmos nosso interesse de tornar a iniciativa permanente nos três municípios contemplados”, pontuou o secretário de Gestão de Projetos, Fernando Mineiro, que ao lado da coordenadora do Núcleo Ambiental do Governo Cidadão, Andréa Batista, do supervisor do projeto no GC, Silvestre do Nascimento, e da presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Parelhas, Elizamar de Souza, uma das beneficiárias do Piloto, representou o Rio Grande do Norte no evento.
O Piloto de Combate à Desertificação é desenvolvido pelo projeto Governo Cidadão com recursos do acordo de empréstimo com o Banco Mundial. Beneficia 203 agricultores familiares de nove associações comunitárias nos municípios de Parelhas, Equador e Carnaúba dos Dantas.
Com investimentos de R$ 2,4 milhões (incluindo a contrapartida das associações), o projeto utiliza tecnologias e aprendizagens de convivência sustentável com o solo desertificado e a escassez de chuvas, com o objetivo de proporcionar segurança alimentar e hídrica, preservando e/ou recuperando o ecossistema da caatinga, degradado pelo mau uso e pela falta de políticas continuadas de conservação.
O projeto combina biodigestores, barragens subterrâneas, reuso de águas servidas, plantio de cactáceas, sistema agroflorestal com poço de abastecimento, quintais produtivos e técnicas de contenção de solo.
Sobre o Bota na Mesa
Realizado pelo GVces em parceria com o Citi e patrocinado pela Citi Foundation, o projeto Bota na Mesa é uma iniciativa que busca incluir a agricultura familiar na cadeia de alimentos em grandes centros urbanos, considerando o comércio justo, a conservação ambiental e a segurança alimentar e nutricional. O projeto potiguar foi um dos 12 selecionados, entre 81 inscritos, após uma avaliação criteriosa da equipe do Centro junto a seis especialistas nos temas de agricultura, adaptação à mudança do clima e transição agroecológica. Os jurados avaliaram as motivações e resultados das iniciativas, levando em consideração as características dos territórios em que atuam, como também seu potencial em trazer referências de ações para outros projetos relacionados à agricultura familiar.