Durante sua participação no 1º Encontro de Diálogos Institucionais em prol do Desenvolvimento Sustentável do Vale do Açu, realizado no IFRN de Ipanguaçu nesta quinta-feira (6), o secretário municipal de Recursos Hídricos e de Meio Ambiente, Gilderlan Tavares, fez um alerta grave: o canal do Pataxó, que irriga cerca de 800 hectares e responde por mais de 50% da economia local, está em estado crítico.
“Essa é uma luta antiga. Ipanguaçu depende das águas do canal do Pataxó, e o canal está morrendo”, afirmou Gilderlan, pedindo atenção urgente do deputado Francisco do PT e do Comitê de Bacias do Piancó-Piranhas-Açu. Segundo ele, um rompimento ocorrido há quase um ano causou um estrangulamento no canal, que segue operando de forma precária graças a ações paliativas e, nas palavras do secretário, “à solidariedade de Deus”.
Gilderlan destacou que a revitalização do canal é constantemente solicitada, mas as respostas têm sido lentas. “Solicitamos à Semarh a construção da parede no local exato onde rompeu, mas não conseguimos a liberação. O paliativo ficou lá e o risco permanece.”
Além do canal, o secretário chamou atenção para a Lagoa de Água Doce, que possui mais de 1.200 hectares e precisa de estudos técnicos para medir sua capacidade de armazenamento. “Pedi formalmente que a Semarh, por meio do comitê, fizesse essa medição. É essencial para o monitoramento e uso racional da água.”
Apesar do tom de preocupação, Gilderlan também reconheceu avanços, como o início das obras na parede do açude Pataxó, após “diversas lutas e embates”.
Sua fala reforçou a urgência de investimentos em infraestrutura hídrica no semiárido potiguar. “Ipanguaçu está prestes a perder o canal do Pataxó. Se isso acontecer, o prejuízo será devastador para centenas de famílias que dependem diretamente dessas águas para viver e produzir”, concluiu.