Na tarde desta sexta-feira (12), uma comitiva formada pelo secretário de Recursos Hídricos do RN, Paulo Varela, o diretor-técnico do IGARN, Procópio Lucena, o engenheiro do DNOCS, Rafael Mendonça, o diretor do Escritório Regional da CAERN, Adelson Santos, além de vereadores e secretários dos municípios de Santana do Seridó e Parelhas, visitou o Açude Caldeirão, localizado em Parelhas.
A visita teve como objetivo verificar a situação do reservatório após o surgimento de uma surgência, que havia gerado preocupação entre os moradores locais. Segundo Paulo Varela, a comunicação sobre a surgência foi recebida recentemente e, de imediato, foram tomadas providências para uma avaliação técnica.
Mesmo antes da visita de hoje o engenheiro Rafael Mendonça, do DNOCS, realizou uma inspeção no local e constatou que não há risco de rompimento do Açude Caldeirão, afirmando que a estrutura do açude está segura. Ele destacou que a surgência identificada é pequena e não compromete a estabilidade do reservatório. A água que está sendo perdida está saindo limpa, o que indica que não há arraste de material fino, um sinal de que a estrutura está íntegra.
Paulo Varela ressaltou a importância de manter a população informada e tranquila, assegurando que medidas serão tomadas para identificar e corrigir a causa da surgência, possivelmente ligado a um antigo cano de amianto. Além disso, ele informou que o Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional alocou cerca de R$ 90 milhões para a recuperação de barragens no semiárido, incluindo o Açude Caldeirão, que será uma das prioridades.
O secretário também anunciou que a governadora Fátima Bezerra lançou uma licitação para a recuperação de 28 açudes no Estado, com um investimento inicial de R$ 19,5 milhões. A expectativa é que essas ações tragam uma manutenção sistemática e contínua dos reservatórios, garantindo a segurança hídrica da região.
Adelson Santos, gerente do Escritório Regional da CAERN, complementou as informações destacando o esforço conjunto dos últimos dez dias. Ele explicou que nos últimos dez dias foram usados diversos equipamentos, veículos, máquinas, pessoal, equipamentos de Georadar, Geofone, detector de metais, tudo isso no auxílio ao DNOCS na investigação que vai continuar pelos próximos dias.
“Tem que ser um trabalho minucioso, a gente tem todo o cuidado do mundo, é bem orientado, coordenado todas as ações pelo DNOCS. A partir de segunda a gente retoma a parte manual para que consigamos identificar essa tubulação se há algum vazamento dessa tubulação, esses relatórios a gente encaminha ao DNOCS e à Secretaria de Recursos Hídricos para que feche realmente no menor prazo possível, mediante como disse essas ações, que já tiveram todas elas e permanecem, explicou Adelson deixando claro que o abastecimento de água em Santana do Seridó está ocorrendo tranquilamente, sete dias na semana, vinte e quatro horas por dia.
Rafael Mendonça, engenheiro do DNOCS, tranquilizou a população ao afirmar que a estrutura do açude está segura. “Essa revência não está causando nada na estrutura do reservatório. O maciço está íntegro. Eu faço inspeção todas as vezes que venho aqui, visitei todo o açude, caminhei na jusante, caminhei ao talude, caminhei no coroamento, e não observei umidade na parede. Essa umidade está lá embaixo. Do ponto de vista estrutural, é um açude que está seguro,” explicou Mendonça.
Apesar da segurança estrutural, Rafael Mendonça destacou a necessidade de investigar a surgência. Ele anunciou que o DNOCS realizará brevemente uma obra de recuperação e manutenção no Açude Caldeirão.
Procópio Lucena, diretor-técnico do IGARN, informou que o açude está atualmente com 5 milhões de metros cúbicos de água, o que representa 53% de sua capacidade. “Nós fazemos um monitoramento diário da régua, do volume de excesso diário. Todos os dias nós temos um observatório e a perda que está acontecendo no reservatório é uma perda natural que acontece nesse período em qualquer açude do Nordeste e daqui do Seridó. Entre 1 e 1,5 centímetros por dia. É essa média. E aqui está acontecendo exatamente a mesma coisa. 1 a 1,5 centímetro por dia é a evapotranspiração do açude por dia! A surgência do açude deve dá 5 litros por segundo, mais ou menos, o que equivale a um volume anual de 150 mil metros cúbicos de água,” explicou Lucena.
Procópio enfatizou que essa perda não representa um risco hidrológico. “Isso não causa nenhum problema hidrológico de risco. Nós garantimos três anos tranquilamente para abastecer a cidade de Santana do Seridó,” afirmou.