Em entrevista ao Sistema Rural de Comunicação o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piancó-Piranhas-Açu, Waldemir Azevedo, defendeu a cobrança pelo uso da água bruta, e pontuou que, diferentemente de alguns discursos que vem sendo propagados, os valores da cobrança pelo uso da água bruta, em algumas situações, chegam a ser insignificantes, e os valores são reinvestidos em obras hídricas nas bacias onde são arrecadados.
“A água foi já, pela Lei Federal 9.433/97 (que Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos e cria o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos), estabelecida que é um bem que pode se acabar e tem valor econômico, então é necessário nós darmos valoração e cobrar-se uma tarifa pela água para que a gente consiga fazer com que com ela demore o maior tempo possível para as futuras gerações e atuais tambem, pois não podemos usar água em abundância sem técnicas de bom uso para cultivo e até para higiene pessoal”.
Apesar de reconhecer a importância da audiência pública realizada pela Assembléia Legislativa do RN, o presidente do CBH-PPA lamentou que os comitês de bacias tenham ficado de fora da discussão, tanto que o Fórum Nacional de Bacias Hidrográficas emitiu na última semana uma Moção de Repúdio e solicitou que a Assembléia retome e amplie a discussão sobre o tema, desta vez com a participação dos comitês.
“Foi falado nessa audiência por algumas pessoas que a água não deveria ser taxada. Todos os segmentos que mexem com recursos hídricos no Brasil entendem que é necessária essa cobrança, já que se a água tem um valor econômico tem que ser pago pelo seu uso. Notadamente que o uso desta água é feito por forma equitativa com relação ao seu uso” O pequeno produtor é isento porque usa pouco, já as grandes empresas têm que pagar um pouco mais porque aufere lucro e precisa pagar pelo que está usando. Cada segmento tem um peso e um custo a pagar. O próprio Estado do RN vai pagar pela água do PISF que está chegando, e olhe que não é um valor tão baixo, diferentemente das propostas de valores que a Secretaria de Recursos Hídricos está propondo para serem pagos, e esses valores vão ser investidos em prol de projetos e equipamentos que promovam, não só o abastecimento, mas de recursos hídricos que precisamos para as gerações futuras”, finalizou.
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